sábado, 15 de outubro de 2011

"Onda inaugural em Vilarinho dos Galegos"



A freguesia de Vilarinho do Galegos (Mogadouro) viveu, no passado sábado, um verdadeiro dia de festa, com a inauguração de dois equipamentos públicos considerados vitais para fixar a população.

A aldeia foi dotada de um novo polidesportivo que custou aos cofres da Câmara Municipal de Mogadouro (CMM) cerca de 50 mil euros. O equipamento vai contribuir para a promoção do desporto na aldeia, nomeadamente do ténis e futebol.
Por outro lado, a Junta de Freguesia de Vilarinho dos Galegos passa a dispor de uma nova sede, instalada no antigo quartel da extinta guarda-fiscal. Para além da componente administrativa, o espaço servirá de alojamento para pessoas que, por motivos profissionais ou de lazer, tenham de ficar instaladas na localidade. Esta obra resulta de uma antiga candidatura a fundos públicos que se encontrava parada há cerca de uma dúzia de anos, e que foi recuperada pelo município de Mogadouro.
O investimento, na ordem dos 15 mil euros, surge através da Direcção Geral das Autarquias, que contemplava a recuperação dos edifícios das Juntas de Freguesia.
Aproveitando a ocasião, o presidente da Câmara de Mogadouro deu a conhecer a sua posição em torno da tão falada reforma administrativa.

Moraes Machado defende regime municipalista

“Entendo que as freguesias deveriam ficar tal como estão, e devem continuar a ser administradas através do município, sempre numa óptica de um regime municipalista”, defendeu Morais Machado.
O autarca de Mogadouro demonstrou algumas reservas em relação a eventuais estratégias “economicistas” em torno das reformas administrativas, defendendo a criação de condições nas aldeias do concelho, de forma a atrair e fixar população.
Com a entrada em funcionamento do polidesportivo de Vilarinho dos Galegos, o concelho de Mogadouro passa a dispor de uma rede de 13 equipamentos do género para a prática desportiva.
No campo cultural, foi ainda anunciada a implementação de uma Rota do Contrabando, que permitirá dar a conhecer esta actividade de outros tempos, mas ainda impregnada na memória das gentes da raia nordestina.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

" HISTORIA DOS JUDEUS NAS ARRIBES "



Las actividades a las que se dedicaban los judeoconversos de ambas márgenes del Duero, eran siempre muy productivas para las aldeas, y aunque principalmente se dedicaban al préstamo- que por otra parte tenían prohibidos los cristianos, por considerarlo usura- también era frecuente encontrarlos al frente de comercios: estancos, arriendos de aperos, fabricación de linos, y comercio en general, costureras, étc.

Don Julio Caro Baroja nos da referencias detalladas sobre conversos encausados de la comarca en el Tribunal de Valladolid: en 1727, el día de San Fernando, se celebra el segundo auto del año, y pretendiendo huir a Francia son apresados cerca de 25 personas, y muchas de las presas en el frustado intento de pasar de Portugal a Francia. Una pobre mujer, huida de Covilha, población de mucho eco en los registros inquisitoriales, viuda de 56 años y que tenía motivos para no estar muy tranquila en su tierra, puesto que se dice había sido ya reconciliada en Lisboa en 1703, pagó con la vida su huida y reincidencia. Con ella fue relajada María Navarro, de Medina Sidonia, vecina de Salamanca, casada, tendera de joyería, de 50 años, que también había sido reconciliada en Sevilla en 1693. Otros de los fugitivos, presos en Salamanca, sufrieron diversas penas, siendo recibidos a reconciliación en estatua o en vida. No faltan entre ellos los consabidos estanqueros, arrendadores y mercaderes:

“Los reconciliados en vida fueron todos éstos: Héctor Méndez Lisboa, de Guarda, que también huía, tratante y arrendador de varias rentas, de 34 años, condenado a azotes y galeras; Manuel Freyre Lisboa, de Pinhel, fugitivo, adminstrador de tabaco, soltero, de veintiséis años; Guiomar Méndez, natural de Castel Rodrigo, y vecina de Escallón- Escalhao-, costurera, casada de 51 años, fugitiva. Su marido, Diego López, de Pinhel, obligado de las Carnicerías de Castel Rodrigo, de 28 años. Agustín Martín de Moronta, de Horcajo de las Torres, vecino de Bogajo, casado de 37 años, barbero y su mujer, Mariana de Matos, de Vilvestre, de 20 años. Ana Rodríguez de Paz, de Prado de Gatao, en Portugal, y residente en Aldea Dávila, obispado de Salamanca, casada, hilandera, de 51 años, y su marido Antonio Simois, de Ventoçelo, zapatero, de 45. Juan de Campos, de Villanueva de Foz Côa y vecino de Vilarinho dos Galegos, en Portugal, residente al ser preso en Corporario, zapatero, de 31 años. Su mujer, Ana María Méndez, de Vilarinho también, de 24 años. Manuel Enríquez Díaz, natural de Azebo, vecino de Pinhel, tratante de 35 años, fugitivo. Manuel de Matos, tendero, de Vitigudino de Armas, Portugal, casado, y de 41 años. Isabel María Fernández, de Cuenca, abacera de Tabara, de 39 años. Manuel Gómez Matos, tratante de jabón, de Navaber, Portugal, residente en San Martín de castañar, de 28 años. Antonio de Almeida, natural de Fregeneda y vecino de Vilvestre, jornalero, casado, de 37 años; su mujer , Luisa pereira, de Musagrata, de 37 años. Isabel Martín, vecina de Yecla, obispado de Salamanca, costurera de 25. Enrique de Almeida, de la Almendra, en portugal, estudiante de medicina en Salamanca, de 23 años. Joseph de Paz, sin oficio, mozo de 29 años, de Vilarinho dos Galegos y residentes en Aldea Dávila. Juan Enríquez, de Pinhel, vecino de Escalhao, de 16, fugitivo de los presos de Salamanca, Inés Martín, de Arguselo, residente en Las Muelas, obispado de Zamora, costurera, soltera, de 21 años. Ana Rodríguez de Simois, de Vilarinho dos Galegos, hilandera, soltera, de quince años…”

domingo, 9 de outubro de 2011

" Os últimos marranos de Trás-os-Montes "



Século XV
Em Portugal, a 5 de Dezembro de 1496 o Rei D. Manuel como parte das contrapartidas para casar com Isabel de Aragão, cujos pais (os reis católicos) em 1492 através do decreto de Alhambra haviam expulso os judeus, teve de ter atitude idêntica. Assim, só restavam aos judeus portugueses converterem-se ao cristianismo ou o exílio sob pena de morte.Apesar de não ser uma prática tão disseminada em Portugal como na Europa de Leste Central, há referências a massacres de Judeus, semelhantes aos pogroms, como foi o caso do massacre de Lisboa de 1506, onde centenas de judeus foram assassinados. Posteriormente, com a introdução da Inquisição, outra das condições impostas pelos Reis Católicos para o segundo casamento de Rei D. Manuel com Maria de Castela, a perseguição assumiu contornos mais metódicos e cruéis, com confissões obtidas sob tortura, e os auto de fé para aqueles que fossem descobertos professar em segredo. Entre os perseguidos estiveram os descendentes Pedro Nunes, ou as ossadas de Garcia de Horta, exumadas e queimadas em auto de fé na Índia. Entre os que fugiram para o exilo na Europa do Norte ou a Turquia, estavam os pais de Spinoza ou Manuel Dias Soeiro (Menasseh ben Israel), entre outros. Com o êxodo da comunidade judaica, Portugal viu igualmente desaparecer uma grande quantidade da sua comunidade científica, médica, cultural e empresarial, que como em muitos outros países, teve um papel dinamizador do desenvolvimento. Dessa expulsão beneficiaram as regiões que acolheram os judeus portugueses, como a Holanda ou a Flandres.

Séculos XVI ao XIX
Por esta altura estima-se que houvesse várias comunidades de Marranos que professavam em segredo, e que com o tempo se foram dissolvendo na sociedade, sobretudo nos centros urbanos. No interior, pelo contrário seguiram um de dois caminhos distintos: a assimilação nas populações locais, ou fecharem-se cada vez mais sobre si próprias. Destas últimas, é através das mulheres que a herança judaica é mantida e transmitida, numa curiosa alteração de papéis face ao judaísmo tradicional. As comunidades remanescentes vão acabar por ficar restritas à Beira Interior, vivendo de uma forma geral numa aparente conformidade com os vizinhos cristãos, isto apesar das suspeitas e comentário populares nunca terem deixado de existir.

De modo errado, difundiu-se a ideia de que o termo marrano, que em espanhol hoje significa "porco", demonstrava o sentido ofensivo do termo na sua origem, e que se espalhou pela Península Ibérica para designar os judeus. No entanto, as investigações científicas mais recentes (2009) da Etnologia e da Linguística demonstram que o termo "marrano" provêm do hebraico 'transformado/convertido à força', tendo sido adoptada pela comunidade judaica para referir nos séculos XV, XVI e XVII de uma forma geral os judeus ibéricos, descendentes da Tribo de Judá: a realeza do Judaísmo, de onde descenderá o Messias.

Se todos os Marranos eram Cristão-novos, o oposto não é necessariamente verdade: nem todos os Cristãos-novos eram marranos, pois o termo cristão-novo incluía também os muçulmanos que tinham sido convertidos.